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domingo, 8 de novembro de 2015

DO I WANNA KNOW ? | CAPÍTULO - 01

Honeys, desculpem a falta de ontem! Aconteceram uns probleminhas, mas ai está o capítulo.


­­­­­­As mãos de Dean já doíam de tanto apertar o jeans surrado do pai.

Ele podia ouvir e sentir o sangue fluindo em ritmo lento em seu corpo, seu coração parecia não obedecer mais o comando automático de bater e Dean sentia um peso ao ter que fazer este trabalho.

Aos seus quatro anos de idade, Dean já era um menino com um certo trauma se desenvolvendo em sua mente. Sua mãe se encontrava a sua frente, apontando uma arma para o berço do irmão mais novo, Sammy de seis meses, enquanto seu pai se encontrava apreensivo com que poderia acontecer com o caçula naquele momento.


­Mary, por favor, largue a arma! - John pedia cautelosamente a esposa. — Não faça nada que vá se arrepender. – O mais velho se aproximava das mãos trêmulas de Mary.

— John, eu preciso matá-lo. – Mary disse engatilhando a arma, enquanto apontava para a cabeça de Sam, que chorava em desespero, mesmo que seus pensamentos mal formados não o deixasse saber o que realmente acontecia a sua volta. — Ele não é mais o nosso filho! Ele é... Um monstro, John.

 John achava que ela estava em puro estado Psicótico pós parto, mas iria descobrir tempos mais tarde naquele mesmo ano que, por um breve momento ela estava certa.

 Dean tremeu compulsivamente com as palavras horrendas da mãe, ela queria matar o seu irmão. Imediatamente lágrimas pesadas caíram de seus pequenos olhos.

— Mamãe, não faça mal ao Sammy. – Pedia Dean entre os soluços.
Mary abaixou um pouco a arma e olhou para Dean com vestígios de aflição em seu olhar.

— Eu estou protegendo você, meu bem! Estou protegendo todos nós. – Ela disse de forma cansada.
John aproveitou a breve distração da mulher e se aproximou rapidamente, a empurrando para longe do berço e pegando o mais novo dos Winchester’s.

— Dean, corre! – John entregava Sam nos braços trêmulos de Dean e este não teve muito tempo de processar as informações quando ouviu um grito furioso de Mary.

Ele forçou seu corpo para que obedecesse as ordens do pai e depois de alguns demorados segundos, suas pernas finalmente parecerem descolarem do chão e correram como se sua vida dependesse daquilo e de fato, dependiam.

Seu coração parou por um milésimo de segundo e sua respiração cessou-se quando ouviu o tiro ir de encontro ao teto do topo da escada.

— Dean, me dê esta aberração! – Gritava Mary com a arma em punho da porta do quarto do mais novo.

Dean parecia petrificado. Sua mente jovem gritava para que ele corresse e salvasse a vida do mais novo, como foi designado fazer. Mas seu corpo apenas se estabilizou naquele ponto do topo da escada, ele não conseguia se movimentar de modo nenhum e não sabia exatamente o por quê.

Mas segundos depois notou os olhos esverdeados de seu irmão mais novo se tornarem um tom mais escuro, seu choro cessou de uma maneira repentina e suas pequenas e delicadas mãos ergueram-se no ar. O corpo de sua mãe foi lançado de forma violenta ao encontro da parede assim que John havia recuperado forças para sair do quarto e presenciar a cena um tanto sobrenatural.

Dean não notou quando havia ganhado forças em seus membros novamente, só notou isso quando já descia os lanços restantes da escada apressadamente.

Quando chegou ao último patamar da escada , pode notar por pouquíssimos segundos algo estranho do outro lado da sala.

Tudo pareceu estar em câmera lenta de repente. Um par de olhos amarelos brilhava de forma insistente no escuro da sala de estar e um sorriso excessivamente branco e maligno também se fazia presente.

Dean temeu ainda mais ao sentir um arrepio percorrer o seu corpo.

Tão rapidamente quanto aquela figura surgiu, ela desapareceu.

Dean alcançou a maçaneta, tentando abrir de forma desesperada a porta quando ouviu passos apressados descendo as escadas.

Sentiu um alívio percorrer seu corpo e seus músculos relaxarem quando já se encontrava fora do caos que estava sua casa.

Somente agora podia notar o choro desesperado do mais novo.

Seu coração voltou a ficar apertado. Suas pernas vacilaram e ele sentou-se no chão de forma desconfortável.

Era tão doloroso que o irmão tenha vivido tudo isso em apenas uma noite. Seu irmão parecia estar tão mal, mesmo que não pudesse demonstrar. Dean sentia a dor por ele.

— Ei, Sammy. – Dean passava as mãos pelos cabelos ralos da cabeça de Sam. — Tudo vai ficar bem, pequeno Sammy. – Dean beijou o topo da pequena cabeça do irmão. Ele tentava acreditar naquela palavras que ele mesmo proferiu.

Sam pareceu se acalmar um pouco com as palavras do irmão e até mesmo pareceu dar um pequeno sorriso. Isso acalmou o coração do mais velho.

Dean ouviu passos atrás de si e sentiu novamente o medo, mas este logo foi substituído por uma sensação temporária de alivio.

— Papai. – Dean pronunciava em uma alegria por ter o pai bem. Mesmo que John estivesse cansado, mancando e sangrando.

— Precisamos ir, Dean! – John falou de forma curta e áspera.

Dean tinha notado que algo mudou naquela noite em John. O rosto de seu pai iluminou-se a luz da lua e então Dean pode ver.

O rosto de seu pai estava marcado pelo sangue, que provavelmente seria o de sua mãe misturado com o seu próprio. O sangue alinhava-se junto com as curvas amarguradas agora presentes no rosto de John. Seus olhos continham um brilho diferente, eles estavam excessivamente vazios de qualquer compaixão ou amor, uma vez marcados tão fortemente no antigo John, que aparentemente depois dessa noite, morreu.

Dean sentiu Sam ser retirado de seus braços com pressa e ao fundo conseguiu ouvir o barulho de sirenes. Seu passo se apertou quando a mão pesada de John agarrou seu braço o puxando em direção ao carro.

John arrancou o que seria baby - mais tarde ganhando esse nome de Dean, quando herdasse o carro. – para bem distante dali. Em sua cabeça, sua mente traçou um caminho rápido para a casa do amigo, Bobby Singer.

.X.

John coçou a cabeça demonstrando estar incomodado com a situação.

— Ela estava completamente psicótica, Bobby. – O velho Winchester falava uma oitava à mais que de costume, fazendo até mesmo Dean, que se encontrava no andar de cima em um quarto de visitas, tremer de medo.

— John, você precisa entender que você não conhece nem ½ do mundo em que vive. – Bobby parecia calmo demais perante a frustação de John.

— Está dizendo que ela estava certa ao dizer que nosso filho. – John parou e corrigiu-se. — Meu filho é uma aberração ? – John praticamente gritava nesse ponto da conversa.

— Estou apenas dizendo que você precisa saber mais do que Mary. – Bobby fez uma pausa, escolhendo bem as palavras. — Ou eu vivemos.

Dean podia imaginar a cara de interrogação do pai, mas a única coisa que ouviu depois da frase de Bobby foi o bater forte da porta e sabia que seu pai havia saído daquela casa.

O irmão mais velho apoiou-se ainda mais na beirada da cama em que Sam dormia tranquilamente. Sua respiração estava uniforme com a do mais novo e ele sorria fracamente por saber que seu irmão estava a salvo ou pelo menos era o que ele achava.

Ouviu a porta abrir lentamente atrás de si.

— Oi, Dean. – Ele ouviu a voz rouca de Bobby, mas não respondeu, apenas manteve-se em silêncio.
Bobby tocou o ombro de Dean e sentou-se na cama passando seus longos dedos pela mão frágil de um Sam adormecido.

Ficaram em um silêncio constrangedor por alguns minutos.

— Tio Bobby, eu ouviu uma parte da sua conversa com o papai. – Dean dizia de forma vagarosa, mesmo tendo apenas quatro anos, tinha a consciência que não deveria entrar em alguns assuntos de ‘’adultos. ‘’

Bobby incentivou com gestos para que o menino continuasse.

Dean tomou coragem, voz e enfim se pronunciou.

— É verdade o que mamãe disse.. – Dean sentia um peso cair em seu coração. — Sobre o Sammy ser uma aberração? – Dean se embolava um pouco na fala, já sentindo o choro subir a garganta.

Dean viu Bobby contorcer seu rosto em uma expressão que não saberia descrever, ele parecia não saber o que falar.

— Seu irmão não é uma aberração, Dean. – Bobby suspirou cansadamente e alternava entre olhar o mais velho e o mais novo dos Winchester’s. — Mas como eu disse ao seu pai, tem muitas coisas a serem explicadas sobre esta noite.

Uma ponta de curiosidade nasceu em Dean.

— O que você e mamãe são, tio Bobby? – Dean perguntou deitando-se de forma desajeitada ao lado do irmão. Bobby demorou um pouco para responder, já que estava admirado com o jeito criança-menino de Dean.

Bobby pigarreou antes de formular as palavras.

— Somos caçadores, Dean. – Disse simplesmente e antes que Dean fizesse mais alguma pergunta, o mais velho do quarto cobriu ambos os filhos de John. — Está na hora de dormir, Dean. Tenha uma boa noite. – Ele beijou a testa de ambos de forma paternal. Bobby tinha visto aqueles meninos crescerem e sentia-se de certa forma ligado a eles.

.X.

Já era tarde da noite quando John entrou pela porta, aparentava estar mais calmo. Bobby o esperava sentado em seu sofá desgastado pelo tempo, com uma cerveja em cima da mesa de centro e outra em sua mão.

— Achei que não ia chegar mais, idiota. – Bobby deu um sorriso de canto.
John apenas revirou seus olhos perante a provocação de seu velho amigo bêbado.

O Winchester aproximou-se lentamente de onde Bobby estava, pegou sua garrafa já dando um bom gole e sentou-se do lado do amigo.

— Estou disposto a ouvir, Bobby. – John franziu o cenho como se estivesse sendo atingindo por uma forte dor de cabeça. — Quero entender o que ‘’Você e Mary’’ eram.

— Isso é uma ponta de ciúmes, John ? – Bobby conteve a gargalhada presa em sua garganta.

John fechou sua cara, demonstrando por um segundo que estava sim com ciúmes, mas logo relaxou os músculos.

— Bobby, apenas comece a falar antes que eu te bata. – John bebeu mais de sua cerveja.

— Mary e eu. – Bobby endireitou a postura. — Éramos caçadores Johnny. – Bobby suspirou com ao pronunciar ‘’éramos’’, sentindo o peso da morte da velha amiga de caçada. — Mas, não de veados. Coisas sobrenaturais, Jonh.

O maxilar de John travou.

— Como coisas sobrenaturais, Bobby? Me diga que você não está sendo louco como Mary. – John elevou sua mão livre a testa, apoiando a cabeça ali enquanto se esforçava para acreditar no amigo.

— Quem me dera estar louco, John. – Bobby falou de forma cansada. — Existem coisas por este mundo que as pessoas nem que ser sabem. Coisas que elas acreditam estar somente nas lendas .

John fez uma cara igualmente cansada a voz de Bob.

— Eu sei que não acredita, John. Mas é preciso, porque é a verdade e agora eu vou ter que ensinar você a ser um de nós. – Bobby tinha uma nota pesada na voz. — Precisa aprender a se proteger e proteger Dean.

John estranhou a falta da menção do filho mais novo.

— Há uma certa parte em que Mary estava certa. – Bobby deixou a garrafa na mesa e olhou com compaixão para John. — Sammy está longe de ser uma aberração. – Confirmou Bobby. — Mas acho difícil que ele seja o seu filho, John. É difícil que ele seja o mesmo bebê que você pegou pela primeira vez nos braços.

John sentiu que poderia chorar ali mesmo, sentiu o peso das palavras de Bobby, sentiu como se fossem pesos caindo sobre seus ombros. Pesos que ele não era capaz de carregar sozinho.

Ele também sentiu e teve a certeza que sua família nunca mais seria inteira, que sua vida e de seus filhos estava completamente destruída e isso tornou algo dentro de John sombrio.

— O que quer dizer com isso, Bobby ? – John fechou seus olhos pesadamente.

— Acho que é melhor mais uma cerveja, não? – Bob tentava se desvincular daquela conversa, ele não achava que era o momento adequado para conversar com John sobre aquilo.

John agarrou o braço do amigo o impedindo de sair do lugar.

— Por favor, Bobby. – Pela primeira e última vez em toda sua vida, Bobby viu John demonstrar um ponto de fraqueza em sua armadura inquebrável.

Bobby ficou alguns minutos em silêncio, abrindo e fechando a boca diversas vezes sem saber muito bem o que falar.

— John, é complicado. Muita informação para você suportar depois de hoje. – Bobby queria que o amigo concordasse, mas John não o fez.

Ele apenas olhou para Bobby implorando com o olhar para que ele contasse.

— Tudo bem. – Concordou Bobby a contragosto. — Mary e eu estávamos seguindo um Demônio, que apelidamos de olhos amarelos. – Bob parou de contar quando percebeu a cara de John. — Ahn, esse demônio estava ‘’batizando’’ bebês com seus seis meses recém completados. – Rapidamente John fez a conexão em sua mente. Mary tinha começado a surtar uns quatro dias antes de Sam completar seis meses. Sua conexão fez ainda mais sentido com as palavras restantes de Bobby. — Mary me ligou quando Sam completou seis meses, John. Ele também foi batizado com o sangue desse demônio.

Uma lágrima solitária desceu pelo rosto de John e no fundo, bem no fundo de si, conseguiu sentir ódio do próprio filho por ser a causa da nova era dos Winchester’s.

— Com que propósito? – John estava arrependido de ter insistido naquela conversa.

— Ainda não sabemos, John. – Bobby disse simplesmente, apertando por alguns segundos o ombro tenso de John e saindo logo em seguida rumo ao seu quarto.


Para trás ficou um John confuso em seu mar de caos. Ele havia perdido tudo, inclusive a si próprio. 

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