Honeys, desculpem a falta de ontem! Aconteceram uns probleminhas, mas ai está o capítulo.
As mãos de Dean já doíam de
tanto apertar o jeans surrado do pai.
Ele podia ouvir e sentir o sangue fluindo em ritmo lento em seu corpo,
seu coração parecia não obedecer mais o comando automático de bater e Dean
sentia um peso ao ter que fazer este trabalho.
Aos seus quatro anos de idade, Dean já era um menino com um certo trauma
se desenvolvendo em sua mente. Sua mãe se encontrava a sua frente, apontando
uma arma para o berço do irmão mais novo, Sammy de seis meses, enquanto seu pai
se encontrava apreensivo com que poderia acontecer com o caçula naquele
momento.
— Mary, por favor, largue a arma! - John pedia
cautelosamente a esposa. — Não faça nada que vá se arrepender. – O mais velho
se aproximava das mãos trêmulas de Mary.
— John, eu preciso matá-lo. – Mary disse engatilhando a arma, enquanto apontava
para a cabeça de Sam, que chorava em desespero, mesmo que seus pensamentos mal
formados não o deixasse saber o que realmente acontecia a sua volta. — Ele não
é mais o nosso filho! Ele é... Um monstro, John.
John achava que ela estava em puro estado
Psicótico pós parto, mas iria descobrir tempos mais tarde naquele mesmo ano
que, por um breve momento ela estava certa.
— Mamãe, não faça mal ao Sammy. – Pedia Dean entre os soluços.
Mary abaixou um pouco a arma e olhou para Dean com vestígios de aflição
em seu olhar.
— Eu estou protegendo você, meu bem! Estou protegendo todos nós. – Ela
disse de forma cansada.
John aproveitou a breve distração da mulher e se aproximou rapidamente,
a empurrando para longe do berço e pegando o mais novo dos Winchester’s.
— Dean, corre! – John entregava Sam nos braços
trêmulos de Dean e este não teve muito tempo de processar as informações quando
ouviu um grito furioso de Mary.
Ele forçou seu corpo para que obedecesse as ordens do pai e depois de
alguns demorados segundos, suas pernas finalmente parecerem descolarem do chão
e correram como se sua vida dependesse daquilo e de fato, dependiam.
Seu coração parou por um milésimo de segundo e sua respiração cessou-se
quando ouviu o tiro ir de encontro ao teto do topo da escada.
— Dean, me dê esta aberração! – Gritava Mary com a
arma em punho da porta do quarto do mais novo.
Dean parecia petrificado. Sua mente jovem gritava para
que ele corresse e salvasse a vida do mais novo, como foi designado fazer. Mas
seu corpo apenas se estabilizou naquele ponto do topo da escada, ele não
conseguia se movimentar de modo nenhum e não sabia exatamente o por quê.
Mas segundos depois notou os olhos esverdeados de seu irmão mais novo se
tornarem um tom mais escuro, seu choro cessou de uma maneira repentina e suas
pequenas e delicadas mãos ergueram-se no ar. O corpo de sua mãe foi lançado de
forma violenta ao encontro da parede assim que John havia recuperado forças
para sair do quarto e presenciar a cena um tanto sobrenatural.
Dean não notou quando havia ganhado forças em seus membros novamente, só
notou isso quando já descia os lanços restantes da escada apressadamente.
Quando chegou ao último patamar da escada , pode notar por pouquíssimos
segundos algo estranho do outro lado da sala.
Tudo pareceu estar em câmera lenta de repente. Um par de olhos amarelos
brilhava de forma insistente no escuro da sala de estar e um sorriso
excessivamente branco e maligno também se fazia presente.
Dean temeu ainda mais ao sentir um arrepio percorrer o seu corpo.
Tão rapidamente quanto aquela figura surgiu, ela desapareceu.
Dean alcançou a maçaneta, tentando abrir de forma desesperada a porta
quando ouviu passos apressados descendo as escadas.
Sentiu um alívio percorrer seu corpo e seus músculos relaxarem quando já
se encontrava fora do caos que estava sua casa.
Somente agora podia notar o choro desesperado do mais novo.
Seu coração voltou a ficar apertado. Suas pernas vacilaram e ele
sentou-se no chão de forma desconfortável.
Era tão doloroso que o irmão tenha vivido tudo isso em apenas uma noite.
Seu irmão parecia estar tão mal, mesmo que não pudesse demonstrar. Dean sentia
a dor por ele.
— Ei, Sammy. – Dean passava as mãos pelos cabelos ralos da cabeça de
Sam. — Tudo vai ficar bem, pequeno Sammy. – Dean beijou o topo da pequena
cabeça do irmão. Ele tentava acreditar naquela palavras que ele mesmo proferiu.
Sam pareceu se acalmar um pouco com as palavras do irmão e até mesmo
pareceu dar um pequeno sorriso. Isso acalmou o coração do mais velho.
Dean ouviu passos atrás de si e sentiu novamente o medo, mas este logo
foi substituído por uma sensação temporária de alivio.
— Papai. – Dean pronunciava em uma alegria por ter o pai bem. Mesmo que
John estivesse cansado, mancando e sangrando.
— Precisamos ir, Dean! – John falou de forma curta e áspera.
Dean tinha notado que algo mudou naquela noite em John. O rosto de seu
pai iluminou-se a luz da lua e então Dean pode ver.
O rosto de seu pai estava marcado pelo sangue, que provavelmente seria o
de sua mãe misturado com o seu próprio. O sangue alinhava-se junto com as
curvas amarguradas agora presentes no rosto de John. Seus olhos continham um
brilho diferente, eles estavam excessivamente vazios de qualquer compaixão ou
amor, uma vez marcados tão fortemente no antigo John, que aparentemente depois
dessa noite, morreu.
Dean sentiu Sam ser retirado de seus braços com pressa e ao fundo
conseguiu ouvir o barulho de sirenes. Seu passo se apertou quando a mão pesada
de John agarrou seu braço o puxando em direção ao carro.
John arrancou o que seria baby -
mais tarde ganhando esse nome de Dean, quando herdasse o carro. – para bem
distante dali. Em sua cabeça, sua mente traçou um caminho rápido para a casa do
amigo, Bobby Singer.
.X.
John coçou a cabeça demonstrando estar incomodado com a situação.
— Ela estava completamente psicótica, Bobby. – O velho Winchester falava
uma oitava à mais que de costume, fazendo até mesmo Dean, que se encontrava no
andar de cima em um quarto de visitas, tremer de medo.
— John, você precisa entender que você não conhece nem ½ do mundo em que
vive. – Bobby parecia calmo demais perante a frustação de John.
— Está dizendo que ela estava certa ao dizer que nosso filho. – John
parou e corrigiu-se. — Meu filho é uma aberração ? – John praticamente gritava
nesse ponto da conversa.
— Estou apenas dizendo que você precisa saber mais do que Mary. – Bobby
fez uma pausa, escolhendo bem as palavras. — Ou eu vivemos.
Dean podia imaginar a cara de interrogação do pai, mas a única coisa que
ouviu depois da frase de Bobby foi o bater forte da porta e sabia que seu pai
havia saído daquela casa.
O irmão mais velho apoiou-se ainda mais na beirada da cama em que Sam
dormia tranquilamente. Sua respiração estava uniforme com a do mais novo e ele
sorria fracamente por saber que seu irmão estava a salvo ou pelo menos era o
que ele achava.
Ouviu a porta abrir lentamente atrás de si.
— Oi, Dean. – Ele ouviu a voz rouca de Bobby, mas não respondeu, apenas
manteve-se em silêncio.
Bobby tocou o ombro de Dean e sentou-se na cama passando seus longos
dedos pela mão frágil de um Sam adormecido.
Ficaram em um silêncio constrangedor por alguns minutos.
— Tio Bobby, eu ouviu uma parte da sua conversa com o papai. – Dean
dizia de forma vagarosa, mesmo tendo apenas quatro anos, tinha a consciência
que não deveria entrar em alguns assuntos de ‘’adultos. ‘’
Bobby incentivou com gestos para que o menino continuasse.
Dean tomou coragem, voz e enfim se pronunciou.
— É verdade o que mamãe disse.. – Dean sentia um peso cair em seu
coração. — Sobre o Sammy ser uma aberração? – Dean se embolava um pouco na
fala, já sentindo o choro subir a garganta.
Dean viu Bobby contorcer seu rosto em uma expressão que não saberia
descrever, ele parecia não saber o que falar.
— Seu irmão não é uma aberração, Dean. – Bobby suspirou cansadamente e
alternava entre olhar o mais velho e o mais novo dos Winchester’s. — Mas como
eu disse ao seu pai, tem muitas coisas a serem explicadas sobre esta noite.
Uma ponta de curiosidade nasceu em Dean.
— O que você e mamãe são, tio Bobby? – Dean perguntou deitando-se de
forma desajeitada ao lado do irmão. Bobby demorou um pouco para responder, já
que estava admirado com o jeito criança-menino de Dean.
Bobby pigarreou antes de formular as palavras.
— Somos caçadores, Dean. – Disse simplesmente e antes que Dean fizesse
mais alguma pergunta, o mais velho do quarto cobriu ambos os filhos de John. —
Está na hora de dormir, Dean. Tenha uma boa noite. – Ele beijou a testa de
ambos de forma paternal. Bobby tinha visto aqueles meninos crescerem e
sentia-se de certa forma ligado a eles.
.X.
Já era tarde da noite quando John entrou pela porta, aparentava estar
mais calmo. Bobby o esperava sentado em seu sofá desgastado pelo tempo, com uma
cerveja em cima da mesa de centro e outra em sua mão.
— Achei que não ia chegar mais, idiota. – Bobby deu um sorriso de canto.
John apenas revirou seus olhos perante a provocação de seu velho amigo
bêbado.
O Winchester aproximou-se
lentamente de onde Bobby estava, pegou sua garrafa já dando um bom gole e
sentou-se do lado do amigo.
— Estou disposto a ouvir, Bobby. – John franziu o cenho como se
estivesse sendo atingindo por uma forte dor de cabeça. — Quero entender o que
‘’Você e Mary’’ eram.
— Isso é uma ponta de ciúmes, John ? – Bobby conteve a gargalhada presa
em sua garganta.
John fechou sua cara, demonstrando por um segundo que estava sim com
ciúmes, mas logo relaxou os músculos.
— Bobby, apenas comece a falar antes que eu te bata. – John bebeu mais
de sua cerveja.
— Mary e eu. – Bobby endireitou a postura. — Éramos caçadores Johnny. – Bobby suspirou com ao
pronunciar ‘’éramos’’, sentindo o peso da morte da velha amiga de caçada. —
Mas, não de veados. Coisas sobrenaturais, Jonh.
O maxilar de John travou.
— Como coisas sobrenaturais, Bobby? Me diga que você não está sendo
louco como Mary. – John elevou sua mão livre a testa, apoiando a cabeça ali
enquanto se esforçava para acreditar no amigo.
— Quem me dera estar louco, John. – Bobby falou de forma cansada. —
Existem coisas por este mundo que as pessoas nem que ser sabem. Coisas que elas
acreditam estar somente nas lendas .
John fez uma cara igualmente cansada a voz de Bob.
— Eu sei que não acredita, John. Mas é preciso, porque é a verdade e
agora eu vou ter que ensinar você a ser um de nós. – Bobby tinha uma nota
pesada na voz. — Precisa aprender a se proteger e proteger Dean.
John estranhou a falta da menção do filho mais novo.
— Há uma certa parte em que Mary estava certa. – Bobby deixou a garrafa
na mesa e olhou com compaixão para John. — Sammy está longe de ser uma
aberração. – Confirmou Bobby. — Mas acho difícil que ele seja o seu filho,
John. É difícil que ele seja o mesmo bebê que você pegou pela primeira vez nos
braços.
John sentiu que poderia chorar ali mesmo, sentiu o peso das palavras de
Bobby, sentiu como se fossem pesos caindo sobre seus ombros. Pesos que ele não
era capaz de carregar sozinho.
Ele também sentiu e teve a certeza que sua família nunca mais seria
inteira, que sua vida e de seus filhos estava completamente destruída e isso
tornou algo dentro de John sombrio.
— O que quer dizer com isso, Bobby ? – John fechou seus olhos
pesadamente.
— Acho que é melhor mais uma cerveja, não? – Bob tentava se desvincular
daquela conversa, ele não achava que era o momento adequado para conversar com
John sobre aquilo.
John agarrou o braço do amigo o impedindo de sair do lugar.
— Por favor, Bobby. – Pela primeira e última vez em toda sua vida, Bobby
viu John demonstrar um ponto de fraqueza em sua armadura inquebrável.
Bobby ficou alguns minutos em silêncio, abrindo e fechando a boca
diversas vezes sem saber muito bem o que falar.
— John, é complicado. Muita informação para você suportar depois de
hoje. – Bobby queria que o amigo concordasse, mas John não o fez.
Ele apenas olhou para Bobby implorando com o olhar para que ele
contasse.
— Tudo bem. – Concordou Bobby a contragosto. — Mary e eu estávamos
seguindo um Demônio, que apelidamos de olhos amarelos. – Bob parou de
contar quando percebeu a cara de John. — Ahn, esse demônio estava ‘’batizando’’ bebês com seus seis meses
recém completados. – Rapidamente John fez a conexão em sua mente. Mary tinha
começado a surtar uns quatro dias antes de Sam completar seis meses. Sua conexão
fez ainda mais sentido com as palavras restantes de Bobby. — Mary me ligou
quando Sam completou seis meses, John. Ele também foi batizado com o sangue
desse demônio.
Uma
lágrima solitária desceu pelo rosto de John e no fundo, bem no fundo de si, conseguiu
sentir ódio do próprio filho por ser a causa da nova era dos Winchester’s.
—
Com que propósito? – John estava arrependido de ter insistido naquela conversa.
—
Ainda não sabemos, John. – Bobby disse simplesmente, apertando por alguns
segundos o ombro tenso de John e saindo logo em seguida rumo ao seu quarto.
Para
trás ficou um John confuso em seu mar de caos. Ele havia perdido tudo,
inclusive a si próprio.
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Comentem, isso faz com que eu me sinta mais inspirada, e saiba o que estão achando das postagens assim sei o que vocês querem a mais na fanfic e o que falta para ser uma boa história ~Malikisses Gracy