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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

O DIRETOR DA ESCOLA | 01 PRÓLOGO


07:15 am - primeiro dia de aula
O despertador ecoava ao meu ouvido ao som de Taylr Renne e sua música Insanity. A essas horas eu reclamava mutuamente a escolha da música agitada, mas meu sono era tão maior que a raiva que pude apenas jogar o celular longe dali, onde ele pudesse calar a boca, porém amava a música, me definia em toda a vida.


- Creio que tenha ouvido o despertador. - ouvi passos e pude ver a claridade entrar por todo o cômodo. - Levante, teremos que conhecer a escola. - Senti o edredom sendo puxado e abri os olhos levemente espraguejando. Mal podia mantê-los abertos, a luz ardia meus olhos.
Olhei ao redor do quarto e só pude ver meu pai autoritário todo encoberto por um terno fingindo ser decente. Eu realmente odiava aquele terno, ele só usava em ocasiões especiais, e normalmente a minha vida não era tão importante para meu pai.
- Por que tanta preocupação com minha vida pessoal? - me sentei na cama esfregando meus olhos. - Isso nunca lhe importou antes. - Coloquei as mãos sobre a cama para encara-lo e vi um sorriso em seu rosto, ele parecia estar tentando ser gentil. – Esse sorriso era pra ser sincero? – O encarei arqueando a sobrancelha.
Ele se aproximou e sentou na cama ao meu lado. Pude notar que tinha um olhar preocupado, provavelmente a escola que ele teria escolhido era uma prisão, pois ele só tinha esse olhar quando sabia que iria me decepcionar. Era um dos defeitos dele que eu mais odiava: ser transparente. Ele parecia nunca ter nada a esconder, mas sempre escondia algo e isso me deixava irritada e confusa.
- Você sabe que eu tentei de tudo te colocar na escola da cidade vizinha. – Ele passou a mão pela cama buscando minha mão e a agarrou. – Mas não consegui realizar seu desejo. – Pude notar seu olhar de cachorrinho sem dono e engoli a seco, isso me matava. – Terá que estudar na escola local e iremos visita-la hoje. – Ele  soltou minha mão e pegou em uma mecha do meu cabelo. – A propósito, arrume o cabelo. – Fechei os olhos e os abri logo em seguida rindo da cena.
Meu pai sempre tratava tudo com drama, eu havia puxado dele, mas minha mãe odiava isso em nós dois o que nos fazia querer irrita-la mais. Eram tempos tão divertidos, mas eu sabia que meu pai tentava de tudo por mim, apesar de ser um pouco grosseiro eu entendia que ele tentava, nem sempre conseguia, mas tentava. E o drama todo foi por porque ele não entendia muito bem o que dizer com: arranje uma escola decente, ele acabou por olhar todas as escolas do país.
Depois de anos longe de Londres eu havia voltado de novo. Meu pai e eu havíamos deixado a cidade depois que minha mãe morreu, ele queria recomeçar, mas acabou por voltar no mesmo lugar de onde nem deveria ter saído. Eu sabia que as lembranças daqui eram dolorosas. Espero ele ter superado tanto quanto eu.
Dei um pulo da cama e procurei meu chinelo pelo chão do quarto e o coloquei. O banheiro devia estar um desastre, porém tinha que tomar banho, ir fedendo não me traria boas notas e amigos. Na verdade a casa toda estava uma bagunça, caixas fechadas e roupas espalhadas por todos os lados, e certamente ninguém queria arruma-las. Eu odiava mudanças, mas já estava acostumada, e isso nem era o problema, o único defeito que eu tinha de tão temível era me apegar a lugares e pessoas. Acabei optando por mudar e esse ano não me apegar a essa cidadezinha.
Após longos minutos no chuveiro eu estava de frente ao armário do banheiro procurando minha escova branca com flores roxas estampadas na parte de trás. Abri todas as gavetas e achei a escova na última, finalmente penteando meus cabelos ao olhar o espelho. Eles estavam tão embaraçados que doíam o couro da cabeça. Meus longos cabelos loiros era meu inimigo.
- Pronta? – Meu pai apareceu na porta do banheiro todo arrumado com seu relógio caro na mão. Ele então o esticou pra mim. – Poderia ajudar um velho necessitado? – Coloquei a escova sobre a pia e peguei o seu relógio notando os detalhes no relógio novo. – Foi um presente. – Levantei a cabeça para olha-lo e assenti colocando o relógio em seu pulso esquerdo.
Com um vestido branco com flores cores azul me olhei ao espelho. Acabei pegando o colete jeans, que ganhei de presente da minha tia, e um salto azul escuro. Deixei o cabelo solto com um laço preto em meu cabelo. Em meus olhos um simples lápis de olho preto para destacar meus olhos azuis e a sombra num cobre claro.
Depois de longos quinze minutos de carro, chegamos na escola. Acabei por passar no estacionamento despercebida, todos estavam ocupados com os reencontros com os amigos antigos, e por os assuntos em dias parecia mais importante que as aulas que começavam em 15 minutos, mas não era novidade sentir-me uma estranha na escola. Esta provavelmente era a décima quarta vez que eu trocava de escola.
- Vamos, temos que passar na sala do diretor antes. – Meu pai puxou meu braço para dentro da escola e revirei os olhos o percurso inteiro. Era tanta felicidade por ali que me deixava enjoada. Não coleque na cabeça isso novamente. Eu tentava ordenar minha mente a fazer coisas que talvez não quisesse.
Já na sala dele pude notar uma assistente com uma roupa bem saliente. Sua blusa tomara que caia quase caindo e sua calça jeans tão apertada que podia ver sua calcinha marcar em sua bunda e era obvio que meu pai não tirava os olhos de lá a conversa inteira, pelo visto  o vice-diretor também.
- Bom o diretor acabou por se atrasar, mas me ligou avisando que logo chegaria. – O homem sentado na cadeira do diretor sorriu e dispensou a assistente. Quase sorri aliviada, mas sabia que não sairia dali tão cedo então meu sorriso se desmanchou no mesmo instante. Ouvi a porta sendo aberta e me mantive na mesma posição sem curiosidade alguma. – Aqui diretor. – O vice se levantou da cadeira e caminhou até a porta. – Licença. – O mesmo a fechou.
Quando levantei a cabeça para olhar o diretor pude sentir todas as minhas bochechas ficarem vermelhas, ele parecia ter 17 anos, era impossível ele ser o diretor dessa escola, exceto pelo terno mal passado, ele era uma versão do meu pai mais jovem, isso me assustava já que eu parecia estar muito interessada no diretor.
- Você é o diretor ou o filho dele? – Meu pai perguntou e o deu um cutucão. – Ai filha, calma perdão. – Ele disse baixo passando a mão por seu braço, onde havia o cutucado. Eu odiava a falta de educação do meu pai, nisso não éramos parecidos, só de vez em quando.
- Perdão, meu pai é muito descuidado com as palavras. – Sorri educadamente sentindo todas as minhas pernas amolecerem, minha sorte era estar sentada. – Ele quis dizer que é muito novo para o cargo, mas creio que mereceu ter seu nome nessa plaquinha. – Me inclinei para frente pegando a placa de diretor em cima da mesa e vi gravada nela um nome. – Diretor Harry? – Voltei o olhar ao homem em pé ao lado de sua mesa.
- Só Harry. – Ele sorriu pra mim e pegou a placa de minha mão a colocando delicadamente em sua mesa. – E não mexa em minhas coisas novamente. – Após arrumar a placa ele caminhou até a cadeira e se sentou nela. Troquei olhares com meu pai e engoli a seco. – Deve ser a aluna nova. – Ele juntou suas mãos as apoiando a mesa e se inclinando para frente. – Turma do segundo ano.
- Isso mesmo! – meu pai disse animado. – Gostaria de saber se ela ficara acomodada aqui, soube que é um internato. – Arregalei os olhos a ouvir isso.
- Como é? – Olhei meu pai furiosa e me levantei da cadeira. – Não me disse isso enquanto pediu para colocar seu relógio novo. – Cruzei os braços e fechei os olhos rezando para não ficar ali e então ouvi a risada dos dois.
- Sente-se senhorita Morris, e escute. – O diretor disse curto e grosso então me sentei cruzando as pernas e os braços e comecei a encara-lo com o olhar de explique-me o que esta rolando. – O colégio Internato é do meu pai, esse aqui é meu e lhe garanto que esse não é um internato. – Ele pegou alguns papeis na mesa e colocou dentro de uma ficha. – Agora vá, sua aula de filosofia começará em cinco minutos.
Sorri irônica para ele e sai dali batendo o pé, e sentei na sala de espera enquanto ocorria uma conversa entre ele e meu pai. Eu odiava esse diretor com todas as  forças possíveis, mas ele era tão gato e tão lindo que era um pecado ao mundo uma pessoa dessas ser tão certinha e chata, mas ele iria mudar. Eu tinha acabado de chegar, mas havia acabado de declarar guerra. Querido diretor, me aguarde. 
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Espero que gostem do meu capítulo humilde. É minha primeira fanfic depois que dei um tempo em escrever, não prometo sair muito rapidamente, mas farei de tudo para terminar essa fanfic.


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